A depressão é uma condição emocional e psicológica que afeta significativamente o humor, a perceção e o comportamento, comprometendo o funcionamento diário e a qualidade de vida. Embora a depressão possa ocorrer em qualquer fase da vida, ela é especialmente prevalente em adultos e pessoas mais velhas e pode se manifestar de formas variadas, influenciando a capacidade do indivíduo de trabalhar, manter relações e cuidar de si mesmo.
Como trabalhamos?
A intervenção terapêutica na depressão, especialmente em adultos e seniores, deve ser multifacetada, centrada na pessoa e adaptada ao grau de severidade da condição. Envolve uma combinação de estratégias clínicas, psicossociais e funcionais, com o objetivo de aliviar sintomas, promover bem-estar e prevenir recaídas.
Objetivos da intervenção na depressão:
- Reduzir os sintomas depressivos
Aliviar tristeza persistente, desânimo, apatia, alterações de sono e apetite, entre outros.
- Prevenir agravamentos ou recaídas
Monitorizar evolução, ajustar o plano terapêutico e promover estratégias de prevenção.
- Restaurar a funcionalidade e autonomia
Incentivar a retoma gradual das atividades da vida diária e da participação social.
- Melhorar a autoestima e a motivação
Trabalhar a valorização pessoal e o sentido de propósito através de atividades significativas.
- Promover o autocuidado e o bem-estar geral
Estimular hábitos saudáveis (sono, alimentação, higiene, exercício) e a autoperceção positiva.
- Reforçar os laços sociais e familiares
Reduzir o isolamento e fomentar redes de apoio afetivo e comunitário.
- Educar sobre a depressão
Informar o utente e a família sobre a natureza da doença, sintomas e estratégias de enfrentamento.
- Apoiar o cuidador/família (em idosos)
Oferecer suporte emocional, orientação prática e ferramentas para lidar com o comportamento depressivo.
- Favorecer a adesão ao tratamento
Acompanhar a medicação (quando prescrita), psicoterapia e outras terapias complementares.
Principais estratégias de intervenção na Depressão:
1. Apoio psiquiátrico
O acompanhamento médico contínuo é fundamental para prescrever e monitorizar o plano terapêutico adequado e necessário.
2. Psicoterapia
Terapia cognitivo-comportamental (TCC): A TCC é a mais utilizada na reabilitação, pois ajuda o utente a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e disfuncionais que alimentam a depressão. A reabilitação cognitiva busca melhorar a flexibilidade cognitiva e aumentar a capacidade de lidar com stressores.
Psicoterapia de apoio: Visa oferecer ao utente um espaço seguro para expressar sentimentos e trabalhar o enfrentamento emocional.
Treino de habilidades sociais: Pode ser integrado ao tratamento para melhorar a capacidade do utente de interagir socialmente, reduzindo o isolamento.
3. Exercício clínico
O exercício regular e orientado tem mostrado um impacto positivo na redução dos sintomas depressivos, uma vez que a libertação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina melhoram o humor.
4. Terapia ocupacional
O envolvimento em atividades práticas que estimulam a percepção e a execução de tarefas quotidianas, melhoram a autonomia e promovem a sensação de bem-estar ao retomar atividades simples, como cozinhar ou organizar a casa.
5. Apoio familiar
A depressão afeta não apenas o utente, mas também os seus familiares. A educação sobre a doença e como oferecer suporte de maneira eficaz é uma parte fundamental da reabilitação.
O envolvimento dos familiares no tratamento, ajuda-os a compreender as necessidades do utente e como lidar com situações difíceis sem prejudicar o relacionamento familiar.
Na depressão a abordagem terapêutica ideal é multidisciplinar, envolvendo psicologia, psiquiatria, enfermagem, terapia ocupacional, entre outros profissionais, adaptando os objetivos às características, idade e comorbidades de cada pessoa.









