O traumatismo cranioencefálico (TCE) é a causa mais frequente de lesão neurológica, ultrapassando em incidência o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e constitui, em todo o mundo, a principal causa de morte antes dos 40 anos.
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade em todo o mundo, com impacto importante na qualidade de vida dos cidadãos. Embora ocorra em pouco segundos, os seus efeitos perduram por longos períodos na vida da pessoa, dos seus familiares e da sociedade.
As principais causas do traumatismo cranioencefálico (TCE) incluem as quedas, especialmente em adultos mais velhos e crianças pequenas, os acidentes rodoviários, as agressões assim como as atividades desportivas, nomeadamente as concussões relacionadas com a prática desportiva.
Geralmente, os sobreviventes apresentam défices, temporários ou permanentes, no funcionamento físico, cognitivo, comportamental, emocional, social e/ou profissional.
Como trabalhamos?
A reabilitação no Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) é um processo complexo e multidisciplinar, com o objetivo de recuperar as funções físicas, cognitivas, emocionais e sociais afetadas após a lesão cerebral. A abordagem depende da gravidade do TCE (leve, moderado ou grave) e da extensão das sequelas.
Objetivos da reabilitação no TCE:
Restaurar ou compensar funções perdidas
Promover independência nas atividades de vida diária (AVDs)
Prevenir complicações secundárias (como contraturas ou infecções)
Reintegrar o utente à vida familiar, social e, se possível, profissional
Áreas comuns afetadas pelo TCE:
Funções motoras (fraqueza, espasticidade, desequilíbrio)
Funções cognitivas (atenção, memória, linguagem, raciocínio, julgamento)
Funções comportamentais e emocionais (impulsividade, irritabilidade, apatia, depressão)
Comunicação e linguagem
Sensibilidade e percepção
Consciência corporal e esquema motor
Principais áreas da reabilitação no TCE:
1. Fisioterapia
Recuperação de força muscular, tônus, equilíbrio e coordenação
Treino de marcha, controle postural e prevenção de contraturas
Estimulação precoce em utentes acamados ou em coma
2. Terapia Ocupacional
Treino de AVDs (alimentação, higiene, vestuário)
Adaptação de utensílios e ambiente
Estimulação das habilidades manuais e coordenação motora fina
3. Terapia da Fala
Reabilitação da fala e linguagem (caso de afasias, disartrias)
Reeducação da deglutição (disfagia)
Comunicação alternativa, se necessário
4. Neuropsicologia / Psicologia
Avaliação e reabilitação das funções cognitivas: atenção, memória, funções executivas
Intervenção em alterações comportamentais e emocionais
Apoio ao utente e família para adaptação à nova realidade
5. Terapia da fala e linguagem (quando indicada)
Nos casos de lesão em áreas específicas de linguagem (como afasia de Broca ou Wernicke)
📌 Importante:
A reabilitação deve ser iniciada o mais precocemente possível, muitas vezes ainda na unidade de cuidados intensivos ou internamento, e continuar por meses ou anos, dependendo do caso.
O plano deve ser individualizado, com metas específicas e revisto periodicamente.
O apoio familiar é essencial no processo de reabilitação e adaptação do utente.









