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Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Estima-se que existam 3 a 5 casos de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) por cada 100 mil pessoas da população geral. Em Portugal, de acordo com a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA), estima-se que existam entre mil e 1200 doentes com ELA. 

Em média, as pessoas que desenvolvem ELA encontram-se nas faixas etárias compreendidas entre os 40 e os 75 anos de idade, sendo que a maioria tem uma idade superior a 60 anos. No entanto, esta é uma doença que se pode manifestar em qualquer idade, tendo um período de sobrevida média de 3 a 5 anos. 

A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurológica degenerativa rara, que evolui de forma progressiva, sendo a forma mais frequente de Doença do Neurónio Motor. 

Esta patologia caracteriza-se pela morte prematura dos neurónios responsáveis pelo movimento dos músculos voluntários, levando a uma paralisia progressiva e, por consequência, ao impedimento de realizar tarefas simples do dia a dia como andar, falar, mastigar ou respirar. 

Dado que a ELA não tem cura, os cuidados continuados assumem um papel extremamente importante, nomeadamente a fisioterapia neurológica, uma vez que ajuda a retardar as perdas motoras e a manter o máximo de independência possível na concretização das atividades diárias. 

De referir ainda que, um conjunto menor de utentes também apresenta dificuldades cognitivas e do comportamento. Por exemplo, alguns utentes podem apresentar mudanças na personalidade, irritabilidade, obsessões, dificuldades em organizar o pensamento, e problemas de memória. 

Pode ainda verificar-se a existência de demência relacionada com degeneração frontotemporal e doença do neurónio motor. 

Como trabalhamos? 

A reabilitação na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é voltada para manter a qualidade de vida, funcionalidade e conforto do utente à medida que a doença progride. Como a ELA é uma condição neurodegenerativa progressiva, sem cura até o momento, a reabilitação tem caráter paliativo, adaptativo e multidisciplinar, com foco em preservar a autonomia pelo maior tempo possível e aliviar os sintomas. 

Objetivos da reabilitação na ELA: 

Preservar a independência funcional pelo maior tempo possível 

Prevenir complicações secundárias (contraturas, úlceras, quedas, infeções) 

Ajustar o suporte respiratório e nutricional conforme necessário 

Aliviar sintomas motores, respiratórios e emocionais 

Apoiar emocionalmente o utente e os familiares 

Principais áreas da reabilitação na ELA: 

1. Fisioterapia 

Manutenção da mobilidade articular, prevenção de contraturas e dor 

Técnicas de alongamento e posicionamento 

Treino funcional com foco em transferências, marcha (quando possível) 

Auxílio no uso de dispositivos de apoio (bengalas, andadores, cadeira de rodas) 

2. Terapeuta da Fala 

Intervenção na fala (disartria) e deglutição (disfagia) 

Treino da comunicação alternativa e aumentativa (CA), como pranchas de letras, tablets ou sistemas computadorizados 

Reeducação da deglutição para evitar aspiração e pneumonia 

3. Terapia Ocupacional 

Adaptação das atividades de vida diária (AVDs): higiene, alimentação, vestuário 

Sugestão de utensílios adaptados para facilitar o dia a dia 

Orientação para modificação do ambiente doméstico (acessibilidade, segurança) 

4. Fisioterapia Respiratória 

Manutenção da função respiratória com técnicas como: 

Exercícios de higiene brônquica 

Ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva 

Uso de dispositivos como o cough assist (assistente de tosse) 

Monitorização da função pulmonar com espirometria 

5. Psicologia / Psiquiatria / Cuidados Paliativos 

Apoio psicológico para lidar com o luto, medo, ansiedade e depressão 

Intervenção com os cuidadores e familiares 

Discussão precoce sobre cuidados paliativos e decisões sobre fim de vida 

📌 Importante considerar: 

A progressão da ELA é individual: a reabilitação deve ser personalizada, dinâmica e ajustada constantemente. 

O envolvimento precoce de cuidados paliativos melhora significativamente o bem-estar e o suporte emocional. 

A comunicação aberta sobre autonomia, decisões terapêuticas e preferências de fim de vida é essencial. 

A nossa equipa