De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada seis segundos ocorre um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que resulta na morte de uma pessoa.
Em Portugal, os dados mais recentes divulgados pela Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral referem que, por hora, três portugueses sofrem um AVC, sendo que um destes não sobrevive e um ficará com sequelas incapacitantes.
Acidente Vascular Cerebral – O que é e como o reconhecer?
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma lesão cerebral que ocorre por bloqueio da circulação sanguínea ou por rutura de um vaso e consequente derrame de sangue para o tecido cerebral. Este acontecimento faz com que haja privação de oxigénio e nutrientes no cérebro, levando à morte das suas células.
Os défices neurológicos e as sequelas de um AVC dependem da localização e da extensão da lesão a nível cerebral assim como do tempo de resposta decorrido desde o início do AVC até à intervenção médica.
Tipicamente, a ocorrência súbita de um AVC causa uma mudança drástica no desempenho motor, sensorial, visual e percetivo. Esta situação pode deixar a pessoa confusa, desorientada, agitada e insegura, uma vez que não existe tempo para o ajustamento gradual à incapacidade resultante, nomeadamente a paralisia parcial ou total de um dos lados do corpo, paralisia facial, perda de memória, desequilíbrio, problemas de fala e linguagem, depressão, isolamento e revolta.
Como trabalhamos?
A reabilitação após um AVC (Acidente Vascular Cerebral) é essencial para ajudar o utente a recuperar ou compensar habilidades perdidas, retomar sua autonomia funcional e melhorar a qualidade de vida. O processo é multidisciplinar, contínuo e deve ser iniciado o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 24–48 horas após o evento, sempre que clinicamente viável.
Objetivos da reabilitação pós-AVC:
Recuperar funções motoras, cognitivas, sensoriais e da linguagem
Prevenir complicações secundárias (como contraturas, úlceras, infecções)
Reintegrar o utente à vida familiar, social e, se possível, profissional
Apoiar emocionalmente o utente e seus cuidadores
Principais áreas da reabilitação pós-AVC:
1. Fisioterapia
Recuperação de movimentos, força muscular, equilíbrio e coordenação
Treino de marcha, postura e transferências (como levantar da cama)
Prevenção e tratamento de espasticidade e contraturas
2. Terapia Ocupacional
Treino das atividades de vida diária (AVDs): vestir-se, alimentar-se, higiene pessoal
Estimulação da função motora fina (mãos, punhos)
Adaptação do ambiente e uso de órteses ou utensílios especiais
3. Terapia da Fala
Reabilitação da linguagem (em casos de afasia, disartria)
Reeducação da deglutição (casos de disfagia)
Treino de comunicação alternativa, quando necessário
4. Psicologia / Neuropsicologia
Acompanhamento emocional (tratamento de depressão, ansiedade, luto funcional)
Estimulação cognitiva: atenção, memória, funções executivas
Apoio aos familiares e cuidadores
5. Enfermagem e Nutrição
Cuidados com a pele, alimentação enteral/oral, prevenção de infeções
Adaptação da dieta em caso de disfagia
Fatores que influenciam a recuperação:
Idade e condição clínica do utente
Localização e extensão da lesão cerebral
Tempo entre o AVC e o início da reabilitação
Adesão ao tratamento
Suporte familiar e social
📌 Importante:
A reabilitação pode ser feita em diferentes níveis: hospitalar, ambulatório, domiciliario ou em centros especializados.
É fundamental estabelecer metas funcionais realistas e monitorar a evolução com reavaliações regulares.
A participação ativa do utente e da família potencializa os resultados.









